sábado, 31 de janeiro de 2009

Um secura qualquer

Olá meus senhores, como estão?
Eu ando envolvido por uma recuperação meio estranha de coisas que já aconteceram, estão acontecendo e ainda vão acontecer.
Esses últimos dias têm sido delicadamente importantes pra que tudo corra bem neste ponto fixo de onde se formam as demais arestas que saem de mim.
Transformando mais ainda em metáfora tudo o que tem sido esses últimos dias, em uma única palavra, essa que pode ser quente ou fria dependendo da garganta alheia, esses últimos dias tem sido líquidos.
Eu poderia ficar aqui escrevendo e escrevendo, torneira pingando na pia, mas não.
Prefiro manter o clima seco, a boca seca.
Inconstantemente secos, de saliva e qualquer outro tipo de umidade humilde que ouse me penetrar por entre línguas e dentes nesse exato momento.

Feita de Papel

Sempre preciso de mais
Essa coisa não tem fim
Pra quem não encontra a paz
Como eu que nunca admiti ser fraca
E não consigo ir para casa
Mesmo quando estou cansada
Nunca digo a verdade aliás
Sei que o meu discurso já não cola mais
Chega uma hora em que pra mim tanto faz
Então só penso em correr atrás
Porque pouco já não satisfaz
Essa coisa me cega
Eu já não ligo se o dia clareou
Minha cama me espera
Eu já não sei mais quem sou

Por que eu me trato assim tão mal?
Será que eu não gosto tanto assim de mim?
O não às vezes pode ser muito melhor que o sim
Por que que eu não sou feita de papel?
Preciso aprender a me respeitar
Saber de quem eu devo me afastar
Um dia posso não voltar
Minha cama vai continuar
Sozinha

Eu não estou em boa companhia
Preciso mesmo de alguém
Que me lembre como é ser do bem
Sem precisar me destruir
Eu sei lá alguma coisa para construir
Eu só funciono se alguém me dirigir
Essa coisa me cega
Eu já nem lembro quantas vezes ela me roubou
Minha cama me espera
Eu já não sei mais quem sou

Por que eu me trato assim tão mal?
Será que eu não gosto tanto assim de mim?
O não às vezes pode ser muito melhor que o sim
Por que que eu não sou feita de um papel?
Preciso aprender a me respeitar
Saber de quem eu devo me afastar
Um dia posso não voltar
Minha cama vai continuar...

[Luxúria]

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Dentre todos, o mais sujo deles: Charles Bukowski

"você pode não acreditar nisto
mas há as pessoas
que passam pela vida com
muito pouca fricção de angústia.

eles se vestem bem,
dormem bem.
eles estão contentes com a família deles.
com a vida.
eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem muito bem.

e quando eles morrem
é uma morte fácil,
normalmente durante o sono.
você pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.
oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.

mas eles estão lá
...e eu estou aqui."

sábado, 24 de janeiro de 2009

Um pouco mais colorido

Acumulando sujeiras

Olá meus senhores, como estão?
Eu ando bem, tomado por aquela rotina congestionada de final de férias.
O post de hoje, eu suponho não ser o único do final de semana.
Hoje vou postar um poema bem massa de um cara, que eu sei, é um grande artista e ainda vai dar muito o que falar nesse mundinho das artes.
Ele tem 20 anos e já escreve coisas muito sujas, tem uma ligação com a arte que jamais será limpa, mesmo com faxinas exageradas.
Então gostaria de agradecer a Lucas Lopes, por permitir-me expor aqui parte do seu potencial artístico, se é que podemos chamar assim, toda essa sujeira.
Quero explicar também que o poema surgiu após um questionamento de Lucas, sobre onde estaria a sujeira deste humilde blog. Depois de algumas trocas de informações Lucas me deu como resposta o poema.


‘é igual quando a gente tem 8 anos de idade

e vai pra escola com o caderno novo
tudo o que vc escrever, rabiscar ou desenhar nele
pode até ser sujeira
mas é sempre mais que isso

pra que continuarmos falando da sujeira
se o que realmente importa são as marcas
[inclusive as do tempo]
que enobrecem as coisas?

a sujeira nada mais é que uma interferência
quando se tem caneta você escreve
quando tem pincel você pinta
quando tem lápis de cor você colore
e isso não necessariamente vai ser sujo.
vai ser.
assim como voar.
as asas são os meios’


VISITEM O FOTOLOG DE LUCAS QUE VALE APENA:

http://www.fotolog.com/lucasreislopes


Então senhores, aproveitem o final de semana para voarem bem alto!
Abraço pra quem é de abraço e beijo pra quem for de beijo!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Líquido Puro

''...mas quando desvio meu olho do teu, dentro de mim guardo sempre teu rosto e sei que por escolha ou fatalidade, não importa, estamos tão enredados que seria impossível recuar para não ir até o fim e o fundo disso que nunca vivi antes e talvez tenha inventado apenas para me distrair nesses dias onde aparentemente nada acontece e tenha inventado quem sabe em ti um brinquedo semelhante ao meu para que não passem tão desertas as manhãs e as tardes buscando motivos para os sustos e as insônias e as inúteis esperas ardentes e loucas invenções noturnas, e lentamente falas, e lentamente calo, e lentamente aceito, e lentamente quebro, e lentamente falho, e lentamente caio cada vez mais fundo e já não consigo voltar à tona porque a mão que me estendes ao invés de me emergir me afunda mais e mais enquanto dizes e contas e repetes essas histórias longas, essas histórias tristes, essas histórias loucas como esta que acabaria aqui, agora, assim, se outra vez não viesses e me cegasses e me afogasses nesse mar aberto que nós sabemos que não acaba assim nem agora nem aqui...''

CaiO F. Abreu
Trecho de À Beira do Mar Aberto, de Os Dragões Não Conhecem o Paraíso.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

O mais puro de mim !!

Todo esse meu não entendimento do que se passa nesse meu ser errante, sujo e frio se esbarra com o que tem de entendido nesse outro ser que é você.
Um alguém quente e limpo, de viagens plenas e planos concretos.
Penso em como a vida tratou de nos cruzar os caminhos assim.
Eu estava meio perdido e sozinho no mundo, então você de repente surge ali, parado e sorrindo pra mim. Me rendendo inspiração e me fazendo criar rima pra toda poesia que pudesse caber em você.
Sei que esse meu jeito desbocado, irônico e impensado de enxergar a realidade te destrói e meio que sem que você perceba faz surgir em você uma vontade de me ter ao seu lado.

Me dói tanto esse par de asas que você carrega e que te leva pra voar bem alto, enquanto eu observo daqui de baixo, quieto e calado. Um humano triste que rabisca no papel toda a mais bela e verdadeira vontade de voar com você pelo céu.

Talvez essa nossa maneira de sermos tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo é o que nos faça estar cada vez mais presentes e essencialmente fazendo parte um da vida do outro. Assim os entendimentos não são nunca entendidos e o acaso talvez algum dia se torne um caso sério, desses com final feliz e dias quentes de verão, viagem de férias e declarações de amor.
Você me pergunta se existe mesmo sentimento no que faço e em tudo que eu falo e eu me calo como uma forma simples de adiar a felicidade, e de adiar o amor. Sei que esse meu silêncio te confunde mais e mais a alma, mas esse silêncio e o que de mais puro possa existir em mim.

Ainda é cedo para enlouquecer assim tão de repente.
Ainda é cedo pra desistir de tudo o que possa vir pela frente !!

Maycoll C.

Limite In-Suportável

Essa dor, se é que posso chamá-la assim, delicadamente de dor, talvez angústia ou lamento não sei, vem me consumindo desde o momento em que nossos caminhos se cruzaram de novo. Meus nervos se repuxam, e é como se por dentro, lá no fundo, bem ao fundo do fundo, alguém gritasse por socorro dentro de mim mesmo. Eu tenho evitado escrever essas suas dores que se refletem no meu ser errante, mas por um instante de loucura decidi não suportar mais a sua ausência em mim. Ausência que digamos sempre esteve presente, penso que mais em mim do que em você. Sei que você tem uma visão feliz de mim, meu sorriso largo te ilude tão bem, e essa ilusão é prova de que você jamais olhou verdadeiramente nos meus olhos. Apesar de brilharem insuportavelmente uma alegria disfarçada, bem lá no fundo a tristeza se esconde fria e calada.Eu me perco entre tudo que já foi escrito, perdido ou pensado. Tantos rabiscos intermináveis e incansavelmente dolorosos. Preciso urgentemente arrancar isso de mim, e não sei se por fracasso, escrever apenas não me cura mais certos tipos de tormento. E confesso a você já ter tentado terapia, meditação, mandala, música, teatro, mas isso não se perde não se some não se cura nem se suporta. Queria poder enfiar o dedo bem ao fundo da garganta e vomitar essa gosma, chegar ao meu limite e a minha verdade de você.Estamos presos e ligados, selados e mais todas essas palavras de tom amável terminadas em ADOS, talvez menos ou mais apaixonados. Sobre paixão eu prefiro não entender, acho que seria assim, feito o que você me faz sentir, uma coisa insuportável que nos prende e ao mesmo tempo nos liberta. Paixão é coisa para gente grande, e convenhamos, ainda somos meninos. Meninos desses que não sobem mais em árvores, não soltam pipas, não jogam bola, mas se arriscam a sonhar e a creditar.O que te prende a mim é o limite in-suportável entre a minha paz e o seu tormento. Ou talvez o limite suportável entre o meu tormento e a sua paz. Isso ainda é confuso pra mim, também me dói bem fundo. Talvez um dia eu cresça e então a paixão venha e me ensine a suportar além desses limites que existem entre mim e você.

MaycOll C.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Eu poderia escrever um lindo texto falando sobre qualquer tipo de utopia colorida.
Poderia escrever sobre a reforma ortográfica, cuja qual seja talvez responsável por todos os erros de português cometidos aqui.
Mas hoje não. Hoje não quero vomitar alegrias, hoje não quero derramar lágrimas.
As palavras salivam boca e dentes, úmido e sombrio ambiente. Os dedos se torcem pra cima do teclado, algo espera ser digitado, mas não.
Não sei ao certo qual o motivo que me leva a escrever aqui neste instante incerto. Está tudo claro demais, e esta luz que única ilumina este túnel me cega delicadamente.
"Eu sempre escolhi bem as palavras, mas hoje eu não sei o que pensar."

CaiO F. Abreu

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Enquanto isso no msn..

Nunca ninguem entende a gnt por completo neh, sempre combram mais e mais e mais .. seria tão mais simples se conseguissem enxergar além dakilo q a gnt mostra .. Não teriamos mais esses tipos de poblemas!

Palavras de Ana Krísia a amiga mais loira e linda do Mundo!
Ana, amO por tudo q vc diz, tudo q você é e tudo que você me faz sentir!

BJos Gatona

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mais um Trecho de Caio F.

"Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Aviseique não dou mais nenhum sinal de vida, e não darei.Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos. no plano REAL: que história é essa? No que depende de mim, estou DISPOSTO e ABERTO."

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

POEMA ANTIGO

Está tudo planejado:
se amanhã o dia for cinzento,
se houver chuva se houver vento,
ou se eu estiver cansado
dessa antiga melancolia
cinza fria sobre as coisas
conhecidas pela casa
a mesa posta e gasta
está tudo planejado
apago as luzes, no escuro
e abro o gás
de-fi-ni-ti-va-men-te
ou então
visto minhas calças vermelhas
e procuro uma festa onde possa dançar rock
até cair!

[CaiO F. Abreu]

domingo, 11 de janeiro de 2009

A ordem é ser feliz
Por toda a eternidade
Feito prisão perpétua
Entre sorrisos falsos e amenidades

Momentos rasos de normalidade
Não me apareça aqui
Com sua bagagem de infelicidade

(LeOni)

sábado, 10 de janeiro de 2009

eu sou só um você
que você não quis
e querer é coisa tão pequena
que só não sou você por um triz

(MarcelO CamelO)
Some fools think of happiness,
blissfulness, togetherness
Some fools fool themselves,
I guess
They're not foolin' me