quarta-feira, 21 de outubro de 2009

“Têm sido assim meus dias. Sou mais feliz que 97,6% da humanidade, nas contas do professor Schianberg. Faço parte de uma ínfima minoria, integrada por monges trapistas, alguns matemáticos, noviças abobadas e uns poucos artistas, gente conservada na calda da mansidão à custa de poesia ou barbitúricos. Um clube de dementes de categorias variadas, malucos de diversos calibres. Gente esquisita, que vive alheia nas frestas da realidade. Só assim conseguem entregar-se por inteiro àquilo que consagraram como objeto de culto e devoção. Para viver num estado de excitação constante, confinados num território particular, incandescente, velado aos demais. Uma reserva de sonho contra tudo o que não é doce, sutil ou sereno. É o mais próximo da felicidade que podemos experimentar, sustenta Schianberg.
Não sei que nome você daria a isso.
Bem, não importa muito, chame do que quiser.

Eu chamo de amor.”

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, p. 229
de Marçal Aquino
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domingo, 11 de outubro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Qualquer coisa que se sinta.

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Senhores, quanto tempo faz que não sento aqui e escrevo coisas não tão secretas. Tenho escrito muito, literatura teatralizada. E o outro tanto que sai de mim em palavras posto no Twitter. Pensei que não me renderia, mas é tão prático e simples se expor assim, em 140 caracteres. Mas hoje, agora, nessa sexta que vem amanhecendo lenta, diante todos os outros planos do dia, me permitir ligar o som com minhas canções favoritas e escrever para vocês. Como uma carta, uma declaração de amor.
Ultimamente eu tenho vivido de teatro, não financeiramente, ainda, mas de emoções e prazeres. É tão mágico e contagiante ver aquela sua pequena história se transformar. Personagens, cenários, figurinos, objetos de cena, trilha sonora, iluminação, direção... Tudo é tão amplo, tão gigantesco, e tão... nessa hora eu me pergunto até que ponto os sonhos são mesmo para serem apenas sonhados.
Confesso que em alguns momentos chega a ser cansativo e até mesmo exaustivo, dormir e acordar louco, ficar horas sem comer, chegar ao ponto de se entregar o corpo e a alma toda ao personagem. Sim, chega um ponto em que a verdade é tão grande e tão você, que pra você pouco importa se vai chover, se é sábado, feriado. Parece mesmo loucura, mas me permito dizer apenas que isso é realização....
Não quero me alongar muito. Só quero curtir delicadamente essa mutação, do texto à cena. Dos meus diálogos digitados aos cenários luxuosos e aos personagens vivos. Quero mesmo poder abrir os olhos e acreditar que tudo é mesmo um sonho, tudo é mesmo realidade.

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