Ultimamente os sentimentos todos têm se misturados, doces e salgados, aqui dentro.
A garganta dá um nó, a boca seca, os olhos brilham, as lagrimas rolam livre face abaixo, até molharem os pêlos curtos da barba não feita há dias.
Ele olha o relógio, conta os números por ordem decrescente, e respira, mesmo sem querer viver, ele respira pra sentir o ar frio matando dentro do seu corpo aqueles anticorpos da vida.
Um banho de chuveiro pra lavar os cabelos, como se quisesse que junto com a sujeira a água levasse todos aqueles sentimentos sujos que alojavam a sua mente congestionada de um sábado a tarde, de um dezembro meio nublado e de um fim de ano confuso. Ele queria tudo escorrendo ralo abaixo.
Ensaiava em frente ao espelho. O bem, o mau, o colorido, o sorriso largo, a cara de pidão. Ele tinha mil faces, sabia atuar como nenhum outro ser, mas seus olhos castanhos te entregavam por inteiro. Por mais que ele tentasse, e olha que ele tentou meditação, samba, telefonema noturno, mas não tinha jeito. O seu ser era cheio por fora, mas por dentro uma escuridão solitária explodia em si, meio que uma vontade de não querer viver mais. Sua pupila era intensa, raio laser, luz de néon na madrugada, brilhante, seca, fria, profundamente o que ele escondia ser de todos.
Lia história de príncipe encantado antes de dormir. Às vezes uma confusão sublime o perturbava, ele nunca se decidia entre querer ter um príncipe ou querer ser o príncipe. Ele era confuso sexualmente falando, mas sabia amar como ninguém. Há, o amor era o que lhe fazia inventar histórias, onde na maioria das vezes ele era o personagem principal, sem nome, sem endereço.
Um comentário:
Oii maycol, mto bom seu blog, vou passar por aki sempre viu ^^ abraços
Postar um comentário