.
Olá meus senhores, como estão?
Por aqui anda tudo meio confuso.
Acho que parte dos senhores que se informa e andou passando aqui no blog por esses dias sabe bem o que anda acontecendo.
Eu prometo ainda vir aqui e esclarecer melhor as minhas opiniões e os meus sentimentos sobre tudo, mas ainda não consigo.
Vamos ao que interessa...
Hoje vou postar um texto que ganhei de presente de uma pessoa que eu admiro e gosto muito. Um cara que eu conheço não muito tempo, mas que parece meu amigo de infância. O texto foi presente por que foi o primeiro escrito por ele depois da minha “influencia Caio Fernando Abreu” sobre a sua obra literária.
Então ficam aqui os meu mais puros e coloridos agradecimentos a Rafael pela delicadeza e pela magnífica literatura que ele tem feito.
Aos que nunca bocejam
Falam por aí, em ruas limpas e cidades vizinhas, que houve uma vez em que um garoto partiu numa jornada pra ver o vento. Sentir o vento ele podia sempre, mas queria um contato mais exato do que o bagunçar dos cabelos.
Na manhã úmida, o garoto preparou uma mochila cheia de coisas sem cor, perdidas entre canções que aprendera gostar a pouco, vindas dos fones de ouvido. Não contou pros pais sobre a viagem, mas muitos amigos foram privilegiados com a história.
Quando saiu de casa, deixando uma quebra de ritmo em sua vida planejada, viu o azul bonito do céu e os algodões fazendo as vezes de nuvens, tentando imitar formas conhecidas. Sentiu o vento passar-lhe de leve, plastificou um sorriso durável última geração e foi.
Tomou um ônibus, outro, mais um. Perdido em malhas rodoviárias de asfalto preto, viu casas, prédios, grama. O céu, o tempo todo. Sempre com a janela aberta, sentindo a ventania forte compassada com o ritmo frenético da ansiedade. Não estava sozinho, mesmo a poltrona ao lado estando vazia.
A espera milenar do ônibus que não chegava veio a calhar: colocou pensamentos em ordem, analisou decisões, refez os planos pra rimar com os seus. Trazia os sonhos pra somar aos seus.
Cantou baixinho aquela música verdinha, uma duas três vezes, quatro até.
Rabiscou alguma cor nos objetos descolores, mas não estava satisfeito. Um céu tão bonito, umas árvores de galhos tão distintos, e ele ali tentando em vão fazer um mundo colorido numa folha branca de papel amarrotado, justo quando mais via cor pela janela.
Sentiu o ônibus parar e o coração disparar. O medo freou-lhe a garganta, a voz sumiu. E se o vento não gostasse dele? E se não fosse bom o bastante? E se ele...
...esquecesse essas dúvidas infundadas? Quando viu o vento e sentiu-o envolvê-lo em um abraço desejoso de infinito, parou de pensar. Cérebro é coisa de gente sem cor.
E assim não viu o tempo passar. O vento tinha um cheiro que ele não identificava, que não trazia lembranças descolorantes, que não pertencia a passado incolor. Era a letra maiúscula do parágrafo seguinte.
O sorriso tinha se desplastificado e pintado uma nova coisa, que não pode chamar-se sorriso, no que desvalorizaria o que ela realmente é. Como dar nota dez pra uma prova nota onze.
Não queria que o vendaval terminasse, mas despedia-se de uma vida de verdade com a promessa de pintar a sua vida de mentira e aproximá-la do vento, que parecia tão incomum quanto era. Naquela época não sabia pra onde o vento ia e não se sentia no direito de sugerir.
Apenas foi.
FicaDica - Visitem o Blog´s do Rafa: http://cachecolog.blogspot.com/
.
Olá meus senhores, como estão?
Por aqui anda tudo meio confuso.
Acho que parte dos senhores que se informa e andou passando aqui no blog por esses dias sabe bem o que anda acontecendo.
Eu prometo ainda vir aqui e esclarecer melhor as minhas opiniões e os meus sentimentos sobre tudo, mas ainda não consigo.
Vamos ao que interessa...
Hoje vou postar um texto que ganhei de presente de uma pessoa que eu admiro e gosto muito. Um cara que eu conheço não muito tempo, mas que parece meu amigo de infância. O texto foi presente por que foi o primeiro escrito por ele depois da minha “influencia Caio Fernando Abreu” sobre a sua obra literária.
Então ficam aqui os meu mais puros e coloridos agradecimentos a Rafael pela delicadeza e pela magnífica literatura que ele tem feito.
Aos que nunca bocejam
Falam por aí, em ruas limpas e cidades vizinhas, que houve uma vez em que um garoto partiu numa jornada pra ver o vento. Sentir o vento ele podia sempre, mas queria um contato mais exato do que o bagunçar dos cabelos.
Na manhã úmida, o garoto preparou uma mochila cheia de coisas sem cor, perdidas entre canções que aprendera gostar a pouco, vindas dos fones de ouvido. Não contou pros pais sobre a viagem, mas muitos amigos foram privilegiados com a história.
Quando saiu de casa, deixando uma quebra de ritmo em sua vida planejada, viu o azul bonito do céu e os algodões fazendo as vezes de nuvens, tentando imitar formas conhecidas. Sentiu o vento passar-lhe de leve, plastificou um sorriso durável última geração e foi.
Tomou um ônibus, outro, mais um. Perdido em malhas rodoviárias de asfalto preto, viu casas, prédios, grama. O céu, o tempo todo. Sempre com a janela aberta, sentindo a ventania forte compassada com o ritmo frenético da ansiedade. Não estava sozinho, mesmo a poltrona ao lado estando vazia.
A espera milenar do ônibus que não chegava veio a calhar: colocou pensamentos em ordem, analisou decisões, refez os planos pra rimar com os seus. Trazia os sonhos pra somar aos seus.
Cantou baixinho aquela música verdinha, uma duas três vezes, quatro até.
Rabiscou alguma cor nos objetos descolores, mas não estava satisfeito. Um céu tão bonito, umas árvores de galhos tão distintos, e ele ali tentando em vão fazer um mundo colorido numa folha branca de papel amarrotado, justo quando mais via cor pela janela.
Sentiu o ônibus parar e o coração disparar. O medo freou-lhe a garganta, a voz sumiu. E se o vento não gostasse dele? E se não fosse bom o bastante? E se ele...
...esquecesse essas dúvidas infundadas? Quando viu o vento e sentiu-o envolvê-lo em um abraço desejoso de infinito, parou de pensar. Cérebro é coisa de gente sem cor.
E assim não viu o tempo passar. O vento tinha um cheiro que ele não identificava, que não trazia lembranças descolorantes, que não pertencia a passado incolor. Era a letra maiúscula do parágrafo seguinte.
O sorriso tinha se desplastificado e pintado uma nova coisa, que não pode chamar-se sorriso, no que desvalorizaria o que ela realmente é. Como dar nota dez pra uma prova nota onze.
Não queria que o vendaval terminasse, mas despedia-se de uma vida de verdade com a promessa de pintar a sua vida de mentira e aproximá-la do vento, que parecia tão incomum quanto era. Naquela época não sabia pra onde o vento ia e não se sentia no direito de sugerir.
Apenas foi.
FicaDica - Visitem o Blog´s do Rafa: http://cachecolog.blogspot.com/
2 comentários:
"sobre a sua obra literária."
Exageraaaaado...
Postar um comentário