segunda-feira, 23 de novembro de 2009

apenas uma carta a mais

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então eu posso fechar os olhos e me lembrar de tudo, como se o nosso último, até então e talvez para sempre único encontro, tivesse sido ontem, ou a horas, segundos atrás. A clareza com que me recordo do seu largo sorriso, do branco pálido da sua pele, das suas pupilas brilhantes me cegando intensamente. Também me lembro do seu cheiro, do seu toque. Das palavras em francês que cruzavam safadas e provocantes o caminho entre língua e dentes, até caírem sobre mim, pesada sensação de delírio. Às vezes me bate uma certa saudade, aí me lembro que uma vez você me disse que certas coisas tinham de ser esquecidas, e tudo passa. Mas me lembro, das conversas bobas, os amigos, as lágrimas... Eu chorei feito criança perto de você, uma, duas, três vezes talvez. Acho que jamais chorei tão pura e delicadamente por alguém. Tenho tantas lembranças boas ao seu lado. E pelo que conheço você pode pensar, mas esse blá blá blá todo só pra desejar feliz aniversário... Talvez, como disse você: eu sou utopicamente colorido demais. Eu quero chegar ao ponto máximo, mesmo sabendo que 2mC não é mais a “tal fórmula secreta do amor”, por isso talvez preciso dar voltas. Eu te odiei tanto, quanta raiva me subia quando gente discutia por coisas banais. Hoje eu penso que aquela era talvez a nossa maneira doce de se fazer presente, mesmo distantes.
Aprendi tanta coisa bacana com você, e sei também que você aprendeu algumas comigo. Eu aprendia gostar de Panic!, você ouviu Ivete, leu Caio F. Agora você será o cara que vai escrever o prefacio do meu primeiro livro. Isso pra mim não tem preço, é tão maior que tudo. E é disso que me lembro sempre, as coisas boas que ficaram. O sentimento de respeito (as diferenças?), o carinho, a certa atenção, a amizade. É engraçada a maneira como dividimos nossos problemas e confusões amorosas atuais e nos criticamos quase sempre humoradamente e sinceramente. Crescemos juntos, em pouco tempo, mas em gigantesca intensidade.
Sempre ouço aquela canção que você cantou pra mim e que diz: If I give up on you I give up on me. E penso que seja bem isso, não lembrar de você é não aceitar tudo que cresci ao seu lado e ainda tenho crescido. (a desculpa se você ta achando tudo isso um saco, vou ser prático daqui pro final).
A moral da história é que eu te admiro muito pelo menino que você ainda é, pelo homem que tem se formado, pelo amigo, pelo escritor, pelo publicitário... E por tudo aquilo que você se faz diariamente. E se eu posso desejar algo me especial, além de todas as coisas boas que desejo diariamente pra você, é amor. Pra você continuar sempre seguindo seus certos caminhos e conseguindo todo o resto, paz, amigos, sorrisos, viagens, grana...
Ai eu percebo que eu posso abrir os olhos, e tudo foi verdade e ainda é. Assim como você sabe que pode contar comigo quando precisar. Porque mesmo distante eu sempre estive e estarei perto!

os meus melhores e mais coloridos beijos

Maycol C.
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Um comentário:

Murilo de Carvalho disse...

Não há palavras pra expressar a gratidão por essa postagem.

Te adoro hj e sempre.
=D