segunda-feira, 28 de setembro de 2009

e o povo fala mesmo

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Letras absurdamente colocadas nos lugares certo. Seguem a exatidão da palavra. Confessam e denunciam o abstrato. Sentimento direcionado contra o papel. A arma firme ao punho, ou ao toque do dedo. E o autor, Maluco Perfeito, a posto. Transcreve -se então ao papel. Coloca ti perante a ti mesmo. Admira, denuncia, sente, vive. Dando o toque da graça ao indiferente. Dando a risada proibida na hora inexata. Inexplicável em seu total, absurdo nos contextos e feliz, feliz sempre feliz.
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Marcelo Maia
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

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O grande mistério da vida é descobrir que se morre todos os dias.
O sono é uma constante morte das coisas que deixamos para trás, o dia.
A cada dia temos que ser personagens e platéia de um grande espatáculo.
E por isso as mudanças são importantes, um dia de bruxa, no outro fada,um dia santa, outro puta. Então nada fica chato demais, o espetáculo muda de drama pra aventura, de comédia para o terror.
Ser herói todo dia é um trabalho de cão!
E é bem isso. Só sabem ser heróis de verdade aqueles que aceitam um dia serem vistos como bons vilões.
Por isso não sou anjo, em arcanjo, muito menos algum ser dito alado.
Sou apenas alguém que te entende, um poeta que te descreve, um maior abandonado.
Pra nos tornarmos imortais, a gente tem que aprender a morrer!
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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Evapoar

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Era tarde, não da noite, da tarde. E embora o calor queimasse a pele, não era verão. Era algo próximo à primavera, ou então a qualquer uma das outras três estações do ano. Era também um tempo desses em que o tempo se modifica a todo instante. Até as chuvas que antes eram ditas de março, agora faziam parte do agitado calendário de setembro nesse tempo. E era, ou é, esse o meu melhor jeito de começar uma história, essa história, dizendo assim quase que len-ta-men-te que naquela tarde de quinta o suor molhava as calçadas, mas por dentro a saudade de sempre permanecia intacta.
Eles se conheciam há muito tempo. Embora o contato próximo existisse há apenas uma, duas, três semanas talvez... Sempre se entreolhavam ao se cruzarem vadios pelos corredores, ruas, shoppings, parques e por todos os espaços daquela cidade suja. E talvez por medo de um, solidão exagerada do outro, ou quem sabe caso antigo, ou qualquer coisa assim, só agora, a poucas semanas o “grande encontro” aconteceria. E com ele mudariam as cores, os sabores de boca provada, o perfume do dia seguinte... as esperanças. Aquele era o momento mais exato para uma possível aproximação, e quem dirá um possível começo de história. Que ao contrario dessa história, não começaria com – Era tarde.
O que ficará do encontro era vivido e mantido diariamente pelos inúmeros pensamentos que mantinham um pelo outro. As mensagens trocadas, os telefonemas. As formas delicadas de mostrarem interesses mútuos e crescentes.
Naquela tarde o calor só fazia aumentar a saudade e a falta e a esperança de acreditar em tudo... A cada novo instante a pele se transformava em água, e sal, suor. Neles só iam ficando o começo de sentimento bom e as lembranças daquele encontro. Todo o resto seria transformado em líquido, derretido, vapor humano. E bem provável que se virassem mesmo nuvem e depois chuvas, completando aquele velho esquema do ciclo da água, virariam chuva de bolinhas azuis. De um azul daquele que o céu se veste exatamente as seis horas da tarde, enquanto a cidade se agita em gritos pela caída da noite. Delicadamente, uma chuva de bolinhas (talvez de ping -ong?) azuis.
O maior deles, - porque era assim, meu pequeno, que ele docemente tratava o outro - caminhava pelas ruas enquanto se derretia leve, gota por gota. O outro – pequeno – tentava evitar o suor com ar fabricado enquanto se ocupava de tarefas remuneradas e às vezes estressantes. Assim se passavam os segundos, as horas. E a cada corrida nova do relógio, o pensamento mútuo crescia, ambos pensavam um no outro quase que compulsivamente.
Foi ai então que por um instante um deles fechou os olhos e disse como quem se desaguava em loucura e medo da solidão
– Eu te quero muito bem, nesse exato momento. Eu te quero muito bem!
E como uma espécie de mágica, ou premonição, ou qualquer que seja dessas ligações astrais, o outro pode ouvir e sentir bem o que o outro dizia. Mesmo distantes. Estavam ligados.
Desejaram juntos se derreter em suor, antecipar encontros. Virar chuvas sem estações definidas, mares gigantescos. Juntos. Evaporar..
Maycol C.
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- Você não ia fugir comigo?
- Ia -disse a menina mordendo a cocada. E ai!
O espaço branco da fome cintilou dentro dele.
- Esperei você até agora. Por que que você não foi?
- Por causa do aniversário, ué.
- E o que que tem isso?
- Tem que fugir a gente pode todos os dias, mas
aniversário é só de vezenquando.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Se eu dissesse que vejo borboletas coloridas saindo do meu cabelo diriam delicadamente que estou ficando louco, por esse motivo as vezes prefiro me calar!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Que tal terminar uma história...

Senhores, começei essa história hoje, mas decidi deixar para que vocês terminem ela..
Então se divirtam.. e sugiram títulos!


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Dentro daquele inicio de tarde caberia um dia todo. Se não fosse a constante massa de calor que dominava o ambiente, fazendo as pessoas transpirarem compulsivamente e também toda aquela ressaca moral que vinha se arrastando desde o segundo inicial em que o relógio bipou seu inicio de manhã. Segunda-feira e uma sala toda para ser dominada. Dominar: era esse o verbo que melhor lhe descreveria na sua função de educadora. Uma classe com trinta e mais alguns pré-adolescentes, puberdade explodindo nos poros da pele e ela como a grande...

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